Uma coisa aprendemos, após conviver um ano com a pandemia: o vírus dança conforme a música.
Se a música estiver no seu headphone, na calada de
seu quarto, sem companhia, o vírus não dança.
Ele adora aquela música alegre, onde todos juntos roçamos
os corpos, ou quase isso. Também lhe agrada a música suave das ondas do mar,
desde que esteja banhando uma multidão ávida por espaço. Ou a música de fundo,
numa festa de família para celebrar alguma data. Aí o vírus não só dança, mas
deita e rola.
A passagem do ano, como se esperava, não levou embora a
pandemia. Mesmo com a promessa de vacinação por aqui, e o início da imunização
em alguns países, o cenário ainda era muito ruim.
Em Belo Horizonte, o prefeito fechou a cidade mais uma vez.
Duas semanas depois, os números estabilizaram. Ao fim do mês, nova abertura. A
chegada da vacina foi celebrada como o início do fim da pandemia.
O cancelamento do Carnaval não impediu que as pessoas
viajassem pelo país. Afinal, após um ano de isolamento, que mal haveria de ter
uma viagem para algum lugar?
O resultado está sendo colhido agora, duas semanas após o
feriado. Os números da pandemia voltaram a crescer.
No país, vergonhosamente, morrem mais de 1000 pessoas por
dia, e o governo não conseguiu driblar a dificuldade de adquirir vacinas
prontas ou insumos para sua produção.
O resultado é que nossa vacinação está lenta. Temos
infraestrutura para vacinar pelo menos de 3 a 5 milhões de pessoas por dia, mas
este tem sido o número de um mês de vacinação.
Desde o início, em meados de janeiro, foram vacinados no Brasil apenas 5
milhões de pessoas. Em Minas, 540 000 doses já foram aplicadas. Há muito
caminho pela frente.
Levando-se em conta a velocidade da vacinação e a
habilidade deste governo, o fim da pandemia entre nós ainda está longe.
Mais do que nunca, é preciso não baixar a guarda, mantendo
os cuidados de higiene, como o uso de álcool em gel e de máscara. E evitar aglomerações
e festas, a música que o vírus gosta.
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