A publicação de uma carta pela organização futureoflife.org pedindo moratória para as pesquisas
relacionadas à inteligência artificial (IA) joga por terra um dos mitos
relacionados ao assunto: a de que seriam apenas os ignorantes e lunáticos
preocupados com o futuro da humanidade com o avanço das aplicações da IA.
A carta é assinada por cientistas, filósofos e empresários, gente de peso como Sam
Altman, criador do ChatGpt; Steve Wozniak; um dos
fundadores da Apple; o historiador e escritor Yuval Noah Hariri, o cientista da
computação da Universidade de Berkley, nos EUA, Yoshua Bengio e o CEO da Tesla
e do Twitter, Elon Musk.
A preocupação central da organização é com a segurança da humanidade,
pois no caminho inverso do desenvolvimento da IA estão os controles de seu uso
com objetivos bélicos (drones carregados com mísseis com alvos precisos) e até
mesmo o controle da divulgação de notícias falsas, incluindo o risco da
propagação de conhecimento sem lastro científico e definição de autoria.
Há outros mitos que precisam ser combatidos. Muitos temem que robôs
conscientes irão propagar o mal pelo mundo. Na verdade, IA tem mais a ver com a
internet do que com Robôs e precisa estar alinhada com os objetivos de
desenvolvimento da humanidade.
Talvez o mito maior seja que a IA venha a controlar dominar o homem,
na falsa crença que as máquinas possam vir a ser mais inteligentes. Isso, sim,
é um mito.
Parra além dos mitos e riscos, os benefícios da IA são
inequívocos. Basta ver sua incipiente incorporação na saúde, tanto no
refinamento e precisão de diagnósticos, como na pesquisa científica. Pode-se
dizer que a IA irá revolucionar a maneira como praticamos a medicina hoje com
benefício real para os pacientes.
Não creio que uma moratória tão curta como a proposta pelos
signatários do manifesto seja eficaz para atingir os objetivos. A incorporação
da IA pelo homem nem é mais questão de tempo. Ela já está aqui
Tao urgente quanto o rápido desenvolvimento da inteligência
artificial é o combate à ignorância genuína dos homens.