O uso excessivo de conteúdos
digitais, muita vez gerados por inteligência artificial, está comprometendo a inteligência
humana.
Ninguém questiona que as pessoas
consumem de modo excessivo o conteúdo online, especialmente em seus smartphones.
Se algum Da Vinci do futuro for desenhar
um novo Homem Vitruviano, certamente o faria com o pescoço inclinado, fruto de uma pseudoartrose entre as quartas e quintas vértebras cervicais provocada pela
posição em que se lê as telas dos celulares.
Quem dera o problema fosse apenas
esse. O conteúdo superficial de textos mergulhados numa profusão de imagens
inunda o cérebro com informações de relevância duvidosa, dificultando a
aquisição de conhecimento.
Não há espaço para imaginação. Não há
tempo para leituras demoradas. Não há estímulo para reflexões. Em meio a tanta
informação, vai sendo criado um universo de desinformados, que têm opinião
pouco qualificada sobre qualquer tema, pois sabem quase nada de quase tudo.
Assim está sendo criado o cérebro
podre. Brain rot, em tradução literal é isso mesmo: o apodrecimento do cérebro.
Essa palavra foi escolhida pela
Oxford University Press como a palavra do ano 2024.
Definida como “deterioração intelectual
resultante do consumo excessivo de conteúdos triviais e pouco desafiadores”, brain
rot é mesmo uma questão inequívoca de saúde mental.
Vamos assumir que estamos todos
viciados em smartphones, telefones inteligentes que estão nos tornando cada vez
mais limitados intelectualmente. Instagram, tik-tok, zaps, face e similares em
dose excessiva são venenos. Precisamos nos desintoxicar.
O antídoto é a leitura, a arte, o
estudo aprofundado de temas que nos interessam, atividade física, mais conversa
e convívio social.
Se 2024 foi o ano do brain rot, desejar
um ano novo diferente é mais que necessário.
Afinal esse tal de brain rot não
cheira nada bem.