Os editores de
uma das mais prestigiosas revistas médicas, o New England Journal of Medicine, ao final de cada ano fazem um
balanço das pesquisas publicadas que podem modificar a prática médica ou ter
grande impacto para a saúde das pessoas.
Em 2015 eles
escolheram 12 tópicos relevantes. Iremos comentar três deles.
Qual o valor adequado da Pressão
Arterial?
Num grande
estudo, chamado SPRINT, os pesquisadores compararam dois alvos para a pressão
arterial em mais de 9000 pacientes hipertensos, não diabéticos, mas com alto
risco para infarto ou AVC.
Pouco mais de
três anos depois de iniciado, o estudo foi interrompido, pois foi detectado que
o grupo com tratamento intensivo apresentava menos eventos do que o grupo
padrão. A média da pressão arterial no grupo do tratamento intensivo foi de
121,5mmHG e, no grupo controle, 134,6mmHg.
A redução do
risco foi de 1,6%. Parece pouco, mas não é. Na prática, para prevenir um evento
cardio-vascular foi necessário tratar de modo intensivo 60 pacientes em três
anos. A American Heart Association ainda não soltou nenhuma recomendação a
respeito deste estudo. Entretanto, vai
ficando claro que o alvo ideal do tratamento da hipertensão arterial está mesmo
próximo dos 120 mmHG.
Novo tratamento para o derrame
Cinco grandes
estudos que foram publicados em 2015
mostraram os benefícios de um novo tratamento para o acidente vascular cerebral
(AVC, derrame). Trata-se da nova geração de “stents” que são introduzidos
dentro das artérias cerebrais para retirar coágulos.
São vários os
tipos de derrame. Os estudos mostraram benefícios marcantes para apenas alguns
tipos , que representam cerca de 10%.
Estes novos
tratamentos requerem centros especializados no tratamento do AVC e os pacientes
devem ser tratados em até seis horas após o início dos sintomas.
Além de indicar
o tratamento para os tipos de AVC com benefícios demonstrados na pesquisa, a American Heart Association e a Associação
americana de AVC consideram razoável este tratamento para outros subgrupos.
Testosterona para andropausa
À medida que o
homem envelhece os níveis de testosterona no sangue diminui. Seguindo o mesmo
raciocínio utilizado no tratamento da menopausa para as mulheres, tem sido
comum a prática de se prescrever reposição de testosterona para homens, alguns
deles com sintomas que são chamados de andropausa.
Um estudo
publicado em 2015 estudou a reposição de testosterona em 308 homens com níveis
no limiar inferior ou ligeiramente abaixo dos valores estabelecidos pelos
laboratórios. Foram avaliadas a qualidade de vida e a função sexual, mas a
reposição hormonal não mostrou nenhum benefício.
Este estudo é
importante, pois sabe-se que a reposição de testosterona aumenta o risco de
problemas cardiovasculares.
Desta forma, a
reposição hormonal masculina não é indicada para homens assintomáticos, ou com
poucos sintomas, quando os níveis de testosterona estão no limiar inferior.
Entretanto,
mantem-se a indicação para repor a testosterona naqueles pacientes com deficiência do hormônio.
Revisão e formatação:
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Posted by
Jair Raso
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