Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

Contato

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BANG-BANG BRASIL




Com o decreto pró-armas assinado pelo novo Presidente, está garantida a continuação do filme de bang-bang que estamos assistindo há muitos anos.
Com a desculpa de que o xerife não está dando conta dos bandidos, agora os mocinhos e moçoilas poderão ter sua arma.
Como ocorre nos roteiros dos filmes de Hollywood, o efeito não será diferente no Brasil: mais tiros, mais vítimas. O problema é que, pelo menos em Hollywood, o final do filme costuma ser feliz, com o bem vencendo o mal. Por aqui, a temporada de violência parece estar ainda nos primeiros capítulos.
A facilitação de posse de arma pode até dar uma sensação de falsa segurança. Mas, com o perdão do trocadilho, na vida real, com o porte de arma, o tiro pode sair pela culatra.
Especialistas em segurança sempre ensinaram que, diante de um assalto à mão armada, o melhor a fazer é não reagir. Na gíria dos bandidos, é aceitar o “perdeu, playboy”.
Nunca é demais lembrar que, nessas situações, você está em desvantagem. Mesmo que possua uma arma, ela não está em sua mão, no momento do assalto. E mesmo que esteja, convenhamos que se o bandido for bom, ele deve ter a mira muito melhor do que a sua. Afinal, essa é a ferramenta de trabalho dele, não a sua.
Por outro lado, sabendo que a população agora pode estar com mais munição, os bandidos também decidirão pelo menos duas coisas em seu próximo congresso: 1. oba, temos mais fontes de armas; 2. Se houver reação, atire primeiro.
Voltando aos filmes de bang-bang, fico imaginando as cenas de duelo com uma diferença: o bandido já estará com a arma apontada para o coração do mocinho, que terá a difícil tarefa de sacar seu trabuco, mirar e atirar.
Vejo com preocupação os acidentes com arma de fogo que fazem vítimas todos os anos. Sem contar os índices já alarmantes de suicídios.
Os defensores dirão que as armas estarão trancadas em cofres. Desejo boa sorte na tarefa de lembrar o segredo no stress de um assalto. Mais sorte ainda, se for abrir o cofre com a arma apontada para sua cabeça. O bandido já deve saber que lá dentro você não guarda só dinheiro.
Armar nossa população, que já se mostrou intolerante até em situações banais, é colocar mais lenha numa fogueira que vem queimando vidas de maneira tão estúpida quanto nas guerras.
Nossas ruas estarão ainda mais tingidas de sangue. Se a promessa do presidente era de retirar a cor vermelha do Brasil, com esse decreto ele deu um tiro no pé.



Revisão e formatação:
Ophicina de Arte & Prosa



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