Alzheimer: o
que há no horizonte?
O hospital da Unimed-BH organizou, na última sexta-feira, dia 16, a
palestra "Alzheimer: o que há no horizonte?", proferida pelo
neurologista Igor Levy, médico mineiro que se
especializou nos Estados unidos e hoje trabalha em Naples, na Flórida.
Com
o envelhecimento da população e a prevalência do mal de Alzheimer, não é
exagero considerá-lo um problema de saúde pública.
A
doença se manifesta inicialmente com a perda da memória recente ou da memória
para episódios. Progride com o comprometimento de toda a memória e capacidade
de aprendizado, terminando por destruir áreas do cérebro responsáveis por
tarefas simples, como o cuidado com o próprio corpo e o reconhecimento do
ambiente e de pessoas da família. A doença é progressiva e ainda não há cura.
Segundo
Igor Levy, o Presidente americano Barack Obama convocou os cientistas
americanos dando a eles a difícil tarefa de, em 10 anos, encontrar a cura para
a Doença de Alzheimer. Esse é o ponto de partida para a obtenção de mais
financiamentos para pesquisas sobre a doença.
Na
palestra, o neurologista traçou um cenário completamente diferente do atual no
diagnóstico e na prevenção da Doença de Alzheimer.
A
pouca eficácia dos tratamentos hoje disponíveis se deve, em grande parte, ao
que ele considera diagnóstico tardio. Acredita-se hoje, que à semelhança da
doença coronariana, as pesquisas permitirão o diagnóstico precoce da doença,
tornando os tratamentos mais eficazes, num futuro que não parece tão distante.
Nos
Estados Unidos já estão disponíveis as dosagens de substâncias como a proteína
B amiloide e a proteína Tau, ambas envolvidas na destruição progressiva dos
neurônios, característica da doença de Alzheimer. Exames de imagem como o PET scan, com marcadores específicos, também
têm sido utilizados no diagnóstico precoce.
Há
medicações com potencial para neutralizar ou mesmo limpar o organismo destas
substâncias, sendo esta a melhor perspectiva de prevenção e até mesmo de cura.
Igor
Levy também falou sobre a correlação de hábitos alimentares e o desenvolvimento
da doença. Sabe-se, à partir de estudos populacionais, que a dieta do
mediterrâneo, rica em ômega 3 presente em peixes de água salgada, é
sabidamente benéfica na prevenção não só
da doença coronariana, mas também é
eficaz na prevenção da doença de Alzheimer.
Na
Índia, a prevalência da doença é baixa, se comparada a outros países. O uso
rotineiro na alimentação de especiarias como o curry (curcuma) é apontado como um dos fatores responsáveis.
Da
mesma forma, a atividade física aeróbica
e o uso moderado de álcool em geral (até dois drinks diários),
especialmente o vinho tinto são fatores protetores.
Um
dos pontos mais interessantes da palestra foi a confirmação de que a atividade
intelectual cria uma reserva cerebral que, se não evita os sintomas da doença,
certamente retarda seu aparecimento.
Portanto,
antes que a medicina seja capaz de nos oferecer a cura, alguns hábitos estão ao
alcance de todos para a prevenção da doença de Alzheimer: dieta saudável, atividade
física aeróbica e a construção de uma reserva intelectual são bons exemplos.
Revisão
e formatação:
Ophicina de Arte e Prosa
Categories:
Crônica médica