Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

Contato

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IDH e a Saúde




Se você passar hoje pela região hospitalar da capital vai ver que dois dos mais importantes hospitais de Belo Horizonte estão em greve: O João XXIII, maior hospital de trauma e emergências do Estado, e o Hospital das Clínicas, único Hospital Federal de Belo Horizonte, referência para os pacientes do Sistema Único de Saúde, o SUS.

O que é que isso tem a ver com IDH, título desta crônica?

O IDH, índice de desenvolvimento humano, é uma espécie de termômetro. É uma medida comparativa entre os países, levando em conta a riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores. Em outras palavras, mede o bem-estar da população, com ênfase no bem-estar infantil. É com este índice que podemos distinguir um país desenvolvido de outro em desenvolvimento ou subdesenvolvido. Além disso, é possível, por meio deste índice, avaliar o impacto das políticas públicas na qualidade de vida.

O Brasil ocupa hoje a 84ª. posição no ranking da IDH. Em relação a 2009, subiu um ponto. Está bem atrás da Grécia, por exemplo. Ou do Uruguai, Peru, da Venezuela e do Equador e, é claro, da Argentina. Se, no Futebol, às vezes ganhamos dos hermanos, no IDH a Argentina dá de balaiada no Brasil.

Entre o grupo de países emergentes, conhecidos com Brics, o Brasil é o segundo colocado, atrás da Rússia.

O Brasil melhorou um ponto no ranking devido à melhor distribuição de renda. O poder de compra é um dos índices importantes do IDH, e nisso houve uma importante melhora. Entretanto, os dados da educação e saúde utilizados para o cálculo do IDH não mudaram em nada.

Se, por um lado houve aumento da renda, por outro, os serviços à população na área da Saúde em nada melhoraram. A greve nos serviços públicos é apenas mais um sintoma deste quadro.

O IDH é apenas um termômetro, que auxilia no diagnóstico. Porém, o mais preocupante não é saber que vamos mal de saúde, e sim o tratamento proposto pelo Governo.

A despeito da orientação contrária, baseada em estudos das entidades médicas, o Governo decidiu abrir mais escolas de Medicina pelo país afora.  Acredita que, com mais médicos no mercado, o problema da Saúde será resolvido.

Nenhum dos países à frente do Brasil no IDH tem a quantidade de Escolas Médicas que nós temos hoje, ainda que muitos deles tenham população muito maior. 

Tratar o problema da saúde colocando mais médicos neste cenário pode nos levar para um cenário ainda mais preocupante. Se hoje o grande problema é o acesso aos serviços de saúde pública, amanhã o grande problema será a qualidade desses serviços.

Quem tem dinheiro ou ocupa altos cargos no executivo, pode se dar ao luxo de escolher as melhores instituições e os melhores médicos para se tratar. Quanto ao brasileiro pobre, que depende exclusivamente do SUS, é melhor não ficar doente.

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