Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

Contato

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Emplastro, vomitório e outras panaceias






Para prescrever qualquer tratamento, o médico suspeita de um diagnóstico depois de ouvir e examinar seu paciente. Se um médico erra o diagnóstico, não é difícil prever que o tratamento também será equivocado.

Há condições clínicas de difícil diagnóstico. Um exemplo é a Febre de Origem Obscura. O próprio nome indica que o médico tem dificuldade de diagnosticar a causa da febre que pode ser uma infecção, um tumor ou uma rara doença do colágeno, por exemplo. Com a ajuda de diferentes especialistas que conduzem exames simples ou sofisticados, a causa da febre geralmente é descoberta, e o tratamento adequado é instituído.

No caso da saúde brasileira, o problema é mais grave. Nossa presidente, médica de plantão, não soube ouvir o grito de dor do povo, manifesto  nas ruas, e fez um diagnóstico errado: precisamos de mais médicos. De modo açodado, prescreveu um tratamento empírico: "vamos importar milhares de médicos".

A febre popular aumentou. Afinal, o medico-cidadão não poderia, por dever de ofício, calar-se diante deste equívoco e engrossou a voz das ruas.

Médico despreparado é charlatão. O charlatão costuma empregar tratamentos sem embasamento científico. Importar milhares de médicos é emplastro para tratar febre de origem obscura.

Percebendo  a ineficácia óbvia do tratamento anterior, em menos de uma semana, outro tratamento foi prescrito, como os antigos vomitórios para desarranjos intestinais: vamos aumentar o curso de medicina para oito anos.

O arsenal que compõe a panaceia do governo parece inesgotável.

Além de não serem capazes de fazer o diagnóstico correto do porquê a saúde no Brasil vai mal, como charlatães prescrevem soluções equivocadas e deverão, em longo prazo, criar problemas maiores.

Em crônicas anteriores, chamei a atenção para "a caneta que mata". No isolamento de seus gabinetes em Brasília, gestores de saúde de competência duvidosa vêm dilapidando com decretos o que resta da saúde pública brasileira.

A voz do povo nas ruas serviu para que o cenário que eu denunciava se escancarasse ainda mais. A competência destes gestores não é duvidosa. É certo o despreparo, o destempero, a arrogância e inconsequência.

Poderíamos perdoar um político por não entender de todos os assuntos com os quais é obrigado a lidar. Mas é imperdoável que esse político não tenha a perspicácia e sensibilidade para perceber que está cercado de assessores incompetentes.

Os diagnósticos e soluções para os outros grandes problemas que o povo espontaneamente denunciou também estão sendo questionados. Mas na saúde pública brasileira já não resta mais dúvidas. Estamos nas mãos de um governo charlatão prescrevendo panaceias.



 Revisão e formatação: Ophicina de Arte e Prosa

 
 

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