É admirável como o vinho,
quando tomado em quantidades adequadas
é capaz de reproduzir
todos os sintomas da embriaguez.
Oscar Wilde
Final
de ano é ocasião para muitas celebrações, no trabalho, entre amigos e na
família. Bebidas e mesa farta são o cenário dessas ocasiões festivas.
O dia seguinte, entretanto,
nem sempre é agradável. Quando há abuso do álcool, sintomas de ressaca afligem
a maioria das pessoas.
Ressaca é definida como
experiência desagradável após o consumo de altas quantidades de álcool. A
ciência, acreditem, se debruça sobre esse tema também.
Os sintomas da ressaca ocorrem
cerca de dez horas após o consumo de álcool. Já foram identificados quase
cinquenta sintomas que caracterizam a ressaca, sendo os mais comuns, cefaleia,
cansaço, náusea e dificuldade de concentração. Alterações neurocognitivas, como
prejuízo da memória e da capacidade motora, afetam tarefas do dia a dia, como
dirigir automóveis. A ressaca é responsável pelo aumento do absenteísmo no
trabalho e por acidentes.
A produtividade também é
afetada. Em 2010, o Centro Americano de
Prevenção e controle de doenças estimou que a ressaca alcoólica custa
aproximadamente 179 bilhões de dólares.
Alguns fatores estão
associados à intensidade da ressaca: alterações hormonais, como o déficit de
vasopressina (hormônio antidiurético); distúrbio hidroeletrolítico; alterações
do sono e dos círculos circadianos e fatores genéticos.
Apesar de múltiplas
limitações, os estudos sobre ressaca correlacionam os sintomas a fatores
inflamatórios, alterações em neurotransmissores e receptores, disfunção
mitocondrial e metabólitos do álcool.
Todos sabemos que variações
pessoais são mais a regra do que a exceção, quando o assunto é libação
alcóolica e ressaca.
Um divertido artigo, com bom
desenho científico, entrou nesta seara para responder a uma questão que parece
afligir toda a humanidade: beber cerveja
antes do vinho evita ressaca?
Pesquisadores alemães
publicaram no American
Journal of Clinical Nutrition o estudo que respondeu a essa questão.
Eles recrutaram 90
participantes que foram alocados em três grupos: No grupo 1, tomava-se cerveja
antes do vinho e no grupo dois, o contrário. Uma semana depois, os mesmos
participantes invertiam a experiência. No grupo controle, os participantes tomavam só vinho ou só cerveja, sendo que uma
semana depois também invertiam a preferência. O estado de embriaguez era medido
com um bafômetro.
No dia seguinte à libação, os
participantes eram avaliados quanto aos sintomas de ressaca, utilizando-se uma
escala. Acreditem: mais uma vez, existe uma escala para medir ressaca!
O resultado final foi que não
importa se você toma cerveja ou vinho primeiro, ou se só toma cerveja ou vinho
isoladamente. A ressaca foi igualmente brava em todos os grupos.
Não é preciso muita ciência
para sabermos que a moderação é o melhor remédio para se evitar ressaca.
Brindemos, assim, à chegada de
um novo ano: Saúde!
Revisão e formatação:
Ophicina de Arte & Prosa
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