Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

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Vacina: um vaticínio

 A postura do governador do Estado de São Paulo, João Dória, em relação à vacina contra o Corona-vírus representa um manancial de reflexões sobre a saúde pública.

Sem entrar nos óbvios interesses eleitoreiros da atitude do governador paulista, sua atitude serviu, pelo menos, para uma coisa: acordar o governo do sono paralisante que o acometeu, desde o início da pandemia. Sono repleto de devaneios sobre o tamanho da gripezinha e de pesadelos repetidos à medida que o número de mortos avançava.

Entra na pauta do governo, finalmente, a prioridade para entregar ao país um plano nacional de vacinação.

E está bem na hora, pois a liberação das vacinas já se encontra ali na esquina, como costumam dizer os pesquisadores na área de saúde.

É imprescindível que o governo federal assuma o protagonismo nessa campanha de vacinação, para que o Brasil não perca uma de suas grandes vantagens se comparado até mesmo com países desenvolvidos: nosso programa de vacinação é muito bem estruturado e bem-sucedido. A vacinação contra a poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e até mesmo a gripe apresenta exemplos de como é possível cobrir o país inteiro, desde os grandes centros urbanos com seus postos de saúde até aldeias indígenas, alcançadas por logística de transporte envolvendo até mesmo as forças armadas.

Para estarmos à frente de todos na erradicação da pandemia, basta adaptar o programa de vacinação em massa, gratuito, utilizando a estrutura do Sistema Único de Saúde, aliando forças com as secretarias estaduais e municipais de saúde para promover a vacinação em massa.

E para que o sucesso da campanha de vacinação seja garantido, é preciso despolitizar a questão e trazê-la para o norte do qual nunca deveria ter se desviado: o princípio ético da justiça social. Trocando em miúdos, esse princípio garante o acesso de toda população à política pública de saúde, sem discriminação de status social, gênero, raça ou local de moradia.

Sei que viveremos nos próximos dias e meses uma enxurrada de querelas em torno da vacina que promete nos livrar da pandemia: qual a melhor vacina? Qual será o fornecedor? Quais serão os grupos prioritários? Ministério da Saúde ou Secretarias Estaduais?

Vaticino que, ao final, o programa nacional de vacinação sairá vencedor desta disputa. Afinal, é um programa estruturado ao longo de anos, com ações positivas de governos de diferentes matizes ideológicos e que conseguiu se estabelecer como exemplo de boa prática de saúde pública.

Esse patrimônio nacional não deve, justamente agora, ser negado a todos nós brasileiros.   



revisão:
Rachel Kopit 
Ophicina de Arte & Prosa

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