Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

Contato

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Medicina: passado e futuro


Final e início de ano é sempre tempo de balanço. Lendo as resenhas das principais publicações da minha área, divisei um passado recente onde esticar bem os lençóis era uma das principais recomendações no tratamento dos pacientes com acidente vascular encefálico (derrame). Lembrei-me também da alta mortalidade das cirurgias no sistema nervoso nos primórdios da especialidade, comparando-a com o alto índice de sucesso que temos hoje em cirurgias de tumores e aneurismas cerebrais.

A Medicina avança e os benefícios para a população se traduzem em maior tempo e qualidade de vida. A cada ano, a publicação de pesquisas nos faz vislumbrar um futuro promissor, quando saberemos mais sobre as causas, consequências, prevenção e tratamento das doenças mais prevalentes do presente. Mas o caminho é longo, diria mesmo infinito.

Com os estudos de 2013, já foram identificados 22 genes associados a tipos de enxaqueca, doença que afeta grande número de pessoas em todo o mundo. A descoberta desses genes é um extraordinário avanço, mas que representa apenas cerca de 15% da grande variedade desta doença tão comum.

A causa da enxaqueca ainda é desconhecida. Uma publicação de 2013 com estudo angiográfico por ressonância de alta resolução não mostrou nenhuma alteração no diâmetro das artérias ou do fluxo cerebral durante episódios de enxaqueca. Até então, pensava-se que a causa das enxaquecas estava na variação de diâmetro das artérias.  Os cientistas ainda terão muita dor de cabeça para resolver esse dilema.

Por outro lado, procedimentos neurocirúrgicos de alta tecnologia têm se mostrado como o melhor remédio para tratamento de alguns tipos de dores e doenças. A estimulação cerebral profunda tem se confirmado como método superior a medicamentos no tratamento da Doença de Parkinson. Um importante estudo publicado na prestigiosa revista New England Journal of Medicine demonstrou melhora na qualidade de vida dos pacientes com Doença de Parkinson tratados precocemente com o procedimento cirúrgico.

A estimulação de outra área no crânio, o gânglio esfeno-palatino, é outra promessa cirúrgica para tratar casos refratários de cefaleia em salvas.

Nem sempre os estudos publicados mostram sucesso. A retirada de trombos de artérias cerebrais por meio de cateteres ainda não se mostrou eficaz. O avanço tecnológico nesta área é estupendo, e novos estudos deverão ser realizados antes que essa novidade científica torne-se rotineira, desde que  comprovados os benefícios.

Para a doença de Alzheimer, 2013 não foi um ano de bons resultados. Estudos com aplicação de altas doses de imunoglobulinas, inibidores de enzimas e drogas como a memantina não se mostraram eficazes no tratamento das demências.

A cada ano, o corpo de conhecimentos nas neurociências interfere na maneira como tratamos nossos pacientes hoje. E nos dá a sensação de que o aprendizado no início de nossa formação parece coisa de um passado longínquo e que o futuro está bem ali na esquina.



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