Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

Contato

Alameda da Serra 400 / 404 - Nova Lima - MG (31)3264-9590 • (31) 3264-9387 jrasomd@yahoo.com.br

O Desafio do Ensino da Neurocirurgia- Parte 2

 

Para além da modalidade, Residência ou Especialização, com suas vantagens e desvantagens características, o maior desafio do ensino da neurocirurgia é o de como ensinar uma especialidade que exige vasto conhecimento teórico com praxias complexas para lidar com o Sistema Nervoso Central.

A imersão na rotina de trabalho de um grande serviço é o primeiro passo. Mas o caminho é longo e árduo para adquirir as competências necessárias. A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e o MEC estipularam o tempo de formação do neurocirurgião em 5 anos. Assim, depois dos seis anos para se tornar médico, o residente ainda vai   dedicar-se por mais de 13000 horas de trabalho para então, e só então, começar sua carreira na neurocirurgia.

Imerso em serviço de alta demanda, no primeiro ano o residente passa por um estágio de neurologia clínica, que tem a duração de 6 a 8 meses ou, em alguns casos, até um ano. Ao final desse estágio, ele deve ter o domínio do exame neurológico e noções básicas de doenças neuroclínicas. Deve também estudar a fundo a neuroanatomia aplicada à neurocirurgia, bem mais complexa que aquela que já estudou em seu curso de medicina. Além disso, tem que aprofundar seus conhecimentos de neurofisiologia e embriologia aplicadas à neurocirurgia, bem como adquirir noções de bioética e aplica-las no dia a dia.  Ainda nesse primeiro ano de residência ele deve aprender a interpretar   exames neurorradiológicos além de ter práticas no bloco cirúrgico, incluindo a instrumentação cirúrgica, diversa daquela de outras especialidades.

No segundo ano, o residente já participa mais das rotinas do bloco cirúrgico, aprendendo as técnicas neurocirúrgicas básicas e realizando pequenos procedimentos. Nesse ano ele faz estágio de neuroatrauma e neurointensivismo. No campo teórico, estuda neuropatologia e aprofunda seus conhecimentos de bioética e interpretação de exames neurorradiológicos.

Ao chegar ao terceiro ano o residente já realiza procedimentos mais complexos e passa a lidar com neurooncologia e doenças cerebrovasculares. Também é introduzido às técnicas de diagnóstico e tratamento endovasculares.  

Já no quarto ano, o residente passa a realizar procedimentos de Neurocirurgia funcional, técnicas cirúrgicas dos aneurismas cerebrais e malformações arteriovenosas do encéfalo e da medula espinhal, tumores da base do crânio e neuroendoscopia.

Finalmente, no quinto ano, o residente consolida sua experiência cirúrgica e faz estágios em neurocirurgia funcional, pediátrica e neurorradiologia intervencionista.

Durante todo o treinamento o residente trabalha junto com um neurocirurgião titulado. Além da avaliação no serviço, a SBN aplica uma prova ao final de cada ano de residência e a prova final para obtenção do título de especialista.

Durante todos os anos os residentes aprendem as etapas de elaboração de trabalho científico, têm noções de bioestatística e dão inúmeras aulas sobre os diversos tópicos da especialidade, seja nas reuniões científicas de cada serviço, seja em congressos. Além disso, treina técnicas microcirúrgicas em laboratório de microcirurgia.

Ao final desse árduo programa de aprendizado espera-se que o neurocirurgião tenha adquirido o treinamento necessário para realizar a maioria dos procedimentos neurocirúrgicos, com domínio técnico e comportamento ético e cordial. Além disso, espera-se que saiba trabalhar em equipe valorizando a interação com os demais profissionais

 

 

 

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