Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

Contato

Alameda da Serra 400 / 404 - Nova Lima - MG (31)3264-9590 • (31) 3264-9387 jrasomd@yahoo.com.br

Entre Porres e Ressacas




É admirável  como o vinho,
quando tomado em quantidades adequadas
é capaz de reproduzir todos os sintomas da embriaguez.
Oscar Wilde


Final de ano é ocasião para muitas celebrações, no trabalho, entre amigos e na família. Bebidas e mesa farta são o cenário dessas ocasiões festivas.
O dia seguinte, entretanto, nem sempre é agradável. Quando há abuso do álcool, sintomas de ressaca afligem a maioria das pessoas.
Ressaca é definida como experiência desagradável após o consumo de altas quantidades de álcool. A ciência, acreditem, se debruça sobre esse tema também.
Os sintomas da ressaca ocorrem cerca de dez horas após o consumo de álcool. Já foram identificados quase cinquenta sintomas que caracterizam a ressaca, sendo os mais comuns, cefaleia, cansaço, náusea e dificuldade de concentração. Alterações neurocognitivas, como prejuízo da memória e da capacidade motora, afetam tarefas do dia a dia, como dirigir automóveis. A ressaca é responsável pelo aumento do absenteísmo no trabalho e por acidentes.
A produtividade também é afetada.  Em 2010, o Centro Americano de Prevenção e controle de doenças estimou que a ressaca alcoólica custa aproximadamente 179 bilhões de dólares.
Alguns fatores estão associados à intensidade da ressaca: alterações hormonais, como o déficit de vasopressina (hormônio antidiurético); distúrbio hidroeletrolítico; alterações do sono e dos círculos circadianos e fatores genéticos.
Apesar de múltiplas limitações, os estudos sobre ressaca correlacionam os sintomas a fatores inflamatórios, alterações em neurotransmissores e receptores, disfunção mitocondrial e metabólitos do álcool.
Todos sabemos que variações pessoais são mais a regra do que a exceção, quando o assunto é libação alcóolica e ressaca.
Um divertido artigo, com bom desenho científico, entrou nesta seara para responder a uma questão que parece afligir  toda a humanidade: beber cerveja antes do vinho evita ressaca?
Pesquisadores alemães publicaram no American Journal of Clinical Nutrition o estudo que respondeu a  essa questão.
Eles recrutaram 90 participantes que foram alocados em três grupos: No grupo 1, tomava-se cerveja antes do vinho e no grupo dois, o contrário. Uma semana depois, os mesmos participantes invertiam a experiência. No grupo controle, os participantes  tomavam só vinho ou só cerveja, sendo que uma semana depois também invertiam a preferência. O estado de embriaguez era medido com um bafômetro.
No dia seguinte à libação, os participantes eram avaliados quanto aos sintomas de ressaca, utilizando-se uma escala. Acreditem: mais uma vez, existe uma escala para medir ressaca!
O resultado final foi que não importa se você toma cerveja ou vinho primeiro, ou se só toma cerveja ou vinho isoladamente. A ressaca foi igualmente brava em todos os grupos.
Não é preciso muita ciência para sabermos que a moderação é o melhor remédio para se evitar ressaca.
Brindemos, assim, à chegada de um novo ano: Saúde!



Revisão e formatação:
Ophicina de Arte & Prosa





[ Leia mais ]

Posted by Jair Raso 0 comentários »

O dia em que a música acabou

Já disponível o novo livro de Jair Raso 


  • Livraria Canto do Livro- Ponteio Lar Shopping, Belo Horizonte

  • Coopmed, Livraria e Editora de Cultura Médica
           www.coopmed.com.br



  • Versão Kindle na Amazon



[ Leia mais ]

Posted by Jair Raso 0 comentários »

lançamento do livro " O dia em que a música acabou"




É admirável  como o vinho,
quando tomado em quantidades adequadas
é capaz de reproduzir todos os sintomas da embriaguez.
Oscar Wilde

Final de ano é ocasião para muitas celebrações, no trabalho, entre amigos e na família. Bebidas e mesa farta são o cenário dessas ocasiões festivas.
O dia seguinte, entretanto, nem sempre é agradável. Quando há abuso do álcool, sintomas de ressaca afligem a maioria das pessoas.
Ressaca é definida como experiência desagradável após o consumo de altas quantidades de álcool. A ciência, acreditem, se debruça sobre esse tema também.
Os sintomas da ressaca ocorrem cerca de dez horas após o consumo de álcool. Já foram identificados quase cinquenta sintomas que caracterizam a ressaca, sendo os mais comuns, cefaleia, cansaço, náusea e dificuldade de concentração. Alterações neurocognitivas, como prejuízo da memória e da capacidade motora, afetam tarefas do dia a dia, como dirigir automóveis. A ressaca é responsável pelo aumento do absenteísmo no trabalho e por acidentes.
A produtividade também é afetada.  Em 2010, o Centro Americano de Prevenção e controle de doenças estimou que a ressaca alcoólica custa aproximadamente 179 bilhões de dólares.
Alguns fatores estão associados à intensidade da ressaca: alterações hormonais, como o déficit de vasopressina (hormônio antidiurético); distúrbio hidroeletrolítico; alterações do sono e dos círculos circadianos e fatores genéticos.
Apesar de múltiplas limitações, os estudos sobre ressaca correlacionam os sintomas a fatores inflamatórios, alterações em neurotransmissores e receptores, disfunção mitocondrial e metabólitos do álcool.
Todos sabemos que variações pessoais são mais a regra do que a exceção, quando o assunto é libação alcóolica e ressaca.
Um divertido artigo, com bom desenho científico, entrou nesta seara para responder a uma questão que parece afligir  toda a humanidade: beber cerveja antes do vinho evita ressaca?
Pesquisadores alemães publicaram no American Journal of Clinical Nutrition o estudo que respondeu a  essa questão.
Eles recrutaram 90 participantes que foram alocados em três grupos: No grupo 1, tomava-se cerveja antes do vinho e no grupo dois, o contrário. Uma semana depois, os mesmos participantes invertiam a experiência. No grupo controle, os participantes  tomavam só vinho ou só cerveja, sendo que uma semana depois também invertiam a preferência. O estado de embriaguez era medido com um bafômetro.
No dia seguinte à libação, os participantes eram avaliados quanto aos sintomas de ressaca, utilizando-se uma escala. Acreditem: mais uma vez, existe uma escala para medir ressaca!
O resultado final foi que não importa se você toma cerveja ou vinho primeiro, ou se só toma cerveja ou vinho isoladamente. A ressaca foi igualmente brava em todos os grupos.
Não é preciso muita ciência para sabermos que a moderação é o melhor remédio para se evitar ressaca.
Brindemos, assim, à chegada de um novo ano: Saúde!







[ Leia mais ]

Posted by Jair Raso 0 comentários »

Telemedicina



Montaigne (1533 -1592), filósofo francês, já dizia sobre as novidades científicas e suas fases: na primeira fase, a novidade é desacreditada e atacada; na segunda fase, encontra-se certa utilidade e benefício inequívoco da novidade, mas ainda há questionamentos; por fim, na terceira fase, a novidade já está incorporada na prática.  Entretanto, até chegar à terceira fase passou o tempo, e já não se trata de novidade.
Assim é e será com a telemedicina. As recentes decisões do CFM, liberando a prática da telemedicina no país, causou grande  furor entre os médicos e algumas entidades. Este é um exemplo típico da primeira fase descrita por Montaigne.]
Acontece que a decisão do CFM atende à necessidade de regular uma prática já em pleno uso em outros países e até mesmo no Brasil. Sem que todos saibam, em relação à telemedicina já estamos na fase dois de Montaigne faz algum tempo.
Grandes hospitais de São Paulo, por exemplo, prestam assessoria a distância para unidades de terapia intensiva de várias cidades, participando, on-line, de corrida de leitos, discutindo condutas e orientando tratamentos em tempo real. Médicos dessas localidades têm oportunidade diária de discutir casos com profissionais experientes, oferecendo aos pacientes assistência qualificada. 
Clínicas de radiologia em Brasília centralizaram as imagens de exames radiológicos de diversos hospitais e clínicas em uma única  sala confortável e bem equipada, com radiologistas experientes interpretando  e elaborando os laudos de exames. Ganham o paciente e os médicos assistentes com laudos bem elaborados feitos por profissionais experientes.  Em cada unidade, há um clínico vinculado ao grupo para tratar eventuais emergências médicas relacionadas à realização de exames de imagem. Ou seja, a segurança do paciente é um dos pilares da Telemedicina. 
Em nosso meio, estamos à frente de um projeto de tele-AVC, que permitirá o diagnóstico e tratamento precoce do acidente vascular cerebral e o alinhamento  de condutas estabelecidas por centros com alto volume e expertise. Para uma doença em que o tempo do diagnóstico e o início de tratamento é vital, a telemedicina cairá como uma luva, reduzindo custos e criando oportunidade de melhora na assistência aos pacientes.
Onde uns só veem riscos de quebra de confidencialidade, perda da empatia e riscos de assistência, outros veem oportunidades de trabalho, mas principalmente uma ferramenta que trará melhora na  qualidade da assistência.
A telemedicina veio para ficar, pois o grande interessado, o paciente, será o maior beneficiado com acesso à informação de qualidade em situações em que sua saúde está em risco.
Os outros agentes envolvidos no diagnóstico e  tratamento também serão beneficiados. Afinal, todos queremos medicina qualificada, de fácil  acesso e a custo baixo. 
O que a telemedicina precisa é de um pouco mais de tempo para se firmar como verdadeiro avanço tecnológico. Mas, como disse Montaigne, ao passar o tempo, telemedicina não será mais novidade.





Revisão e formatação:
Ophicina de Arte & Prosa

[ Leia mais ]

Posted by Jair Raso 0 comentários »

A Lama Invisível




As imagens de Brumadinho mancham de lama  a alma de qualquer pessoa.  
Já em Barão de Cocais e Macacos, não. A lama é invisível.
Aquele jovem empresário  fechou o restaurante que administrava com sucesso há anos. Era uma das principais atrações turísticas de Macacos. Mas agora, com ameaça de estouro de mais uma barragem, seu negócio foi fechado.
Os empregados que ali trabalhavam já acrescentam números ao já  estratosférico desemprego no Brasil.
Aquele senhor idoso que mora ali na esquina, na casa que herdou de seu pai, que, por sua vez, herdou de seu avô, foi parar no hospital. Também pudera: uma sirene tocou alto numa noite chuvosa de um sábado até então tranquilo. Um carro de som convocava: “abandonem suas casas. Essa é uma situação real de rompimento de barragem”.
O coração do velho passou a bater descompassado. Sair de casa e ir para onde? Em sua memória, as imagens de Brumadinho o empurravam para ir para qualquer lugar.
No dia seguinte, passado o susto, ficou sabendo que aquele alarde todo era apenas protocolo de segurança, que jamais havia sido utilizado e para o qual não houve nenhum preparo da comunidade.
Mesmo assim, centenas de pessoas não podem mais voltar para seus lares condenados pela ameaça de lama.
A criança, que já não dorme à noite, tem terror a qualquer barulho. Seu medo é ficar sem o pai ou a mãe, como aconteceu com muita outras em Brumadinho.
Mas aqui, nessa cidade, não houve rompimento de nenhuma barragem. Foi só um susto. Um baita susto provocado por um  protocolo. Para que a empresa Vale ficasse de acordo com as exigências das autoridades públicas.
Da noite para o dia, toda a atividade que ali se faz há vários anos, mostrou-se irresponsavelmente arriscada para a comunidade.
A desinformação é tamanha, que pode ser justamente o contrário: não há risco, mas também não há ninguém que assuma a responsabilidade de assinar pela segurança.
Macacos, antes uma cidade turística, perdeu seus visitantes.  
Apesar de limpa, sem uma gota de barro ou lama, vai perdendo seu valor, sua confiança, seus encantos.
E por todo o lado, o que a gente vê são pessoas comuns, que não estão sujas da lama das barragens, pois essa  lama, que aos poucos tenta destruir a cidade, é invisível.






Revisão e formatação:
Ophicina de Arte & Prosa


[ Leia mais ]

Posted by Jair Raso 0 comentários »

Vale Tudo




Nós, mineiros, já não somos mineradores. Deixamos de cavoucar a terra em busca de fortuna,  pois aprendemos que é o mesmo que abrir o ventre da galinha de ovos de ouro.
As montanhas  perdemos todos, enquanto poucos, muito poucos se empanturram de moeda.
Macacos, Mariana, Brumadinho. Cinco vidas, dezenove vidas, quatrocentas vidas. As primeiras cinco já foram esquecidas. Com o tempo todas serão.
O espetáculo macabro da destruição se mistura à dor de quem perdeu um parente, um amigo, um pedaço de sua vida, de sua história.
Enquanto isso, busca-se um ou dois nomes para assumir a culpa que é de muitos. Haja grade para tantos responsáveis.
A natureza, expulsa pela mão irresponsável de quem a maltrata, se adapta. Regurgita aqui e ali, desmorona, sopra tufões e embala tsunamis. Depois se acalma. Indiferente, torna-se um pouco mais inóspita a cada giro em torno do sol.
Nós, mineiros, já não somos mineradores, aprendemos que o diamante virou ouro, que virou aço, que virou ferro e hoje é lama.
Agora, não bastassem as tragédias consumadas, em nome de falso   comprometimento com  segurança, soam sirenes, esvaziam comunidades, bloqueiam rodovias.
Qual é o real risco? A desinformação é tanta que o recado é claro: nunca se priorizou a segurança das comunidades no entorno do cavouco.  Vidas em risco e  impactos ambientais não constam nos balancetes que registraram lucro recorde.
As vidas que valem tão pouco não ficarão caladas. Nós, mineiros que já não somos mineradores,  dizemos não ao vale tudo deste capital.
E para aqueles que não vivem o luto, viva o carnaval no país do futebol!





Revisão e formatação:
Ophicina de Arte & Prosa
[ Leia mais ]

Posted by Jair Raso 0 comentários »

BANG-BANG BRASIL




Com o decreto pró-armas assinado pelo novo Presidente, está garantida a continuação do filme de bang-bang que estamos assistindo há muitos anos.
Com a desculpa de que o xerife não está dando conta dos bandidos, agora os mocinhos e moçoilas poderão ter sua arma.
Como ocorre nos roteiros dos filmes de Hollywood, o efeito não será diferente no Brasil: mais tiros, mais vítimas. O problema é que, pelo menos em Hollywood, o final do filme costuma ser feliz, com o bem vencendo o mal. Por aqui, a temporada de violência parece estar ainda nos primeiros capítulos.
A facilitação de posse de arma pode até dar uma sensação de falsa segurança. Mas, com o perdão do trocadilho, na vida real, com o porte de arma, o tiro pode sair pela culatra.
Especialistas em segurança sempre ensinaram que, diante de um assalto à mão armada, o melhor a fazer é não reagir. Na gíria dos bandidos, é aceitar o “perdeu, playboy”.
Nunca é demais lembrar que, nessas situações, você está em desvantagem. Mesmo que possua uma arma, ela não está em sua mão, no momento do assalto. E mesmo que esteja, convenhamos que se o bandido for bom, ele deve ter a mira muito melhor do que a sua. Afinal, essa é a ferramenta de trabalho dele, não a sua.
Por outro lado, sabendo que a população agora pode estar com mais munição, os bandidos também decidirão pelo menos duas coisas em seu próximo congresso: 1. oba, temos mais fontes de armas; 2. Se houver reação, atire primeiro.
Voltando aos filmes de bang-bang, fico imaginando as cenas de duelo com uma diferença: o bandido já estará com a arma apontada para o coração do mocinho, que terá a difícil tarefa de sacar seu trabuco, mirar e atirar.
Vejo com preocupação os acidentes com arma de fogo que fazem vítimas todos os anos. Sem contar os índices já alarmantes de suicídios.
Os defensores dirão que as armas estarão trancadas em cofres. Desejo boa sorte na tarefa de lembrar o segredo no stress de um assalto. Mais sorte ainda, se for abrir o cofre com a arma apontada para sua cabeça. O bandido já deve saber que lá dentro você não guarda só dinheiro.
Armar nossa população, que já se mostrou intolerante até em situações banais, é colocar mais lenha numa fogueira que vem queimando vidas de maneira tão estúpida quanto nas guerras.
Nossas ruas estarão ainda mais tingidas de sangue. Se a promessa do presidente era de retirar a cor vermelha do Brasil, com esse decreto ele deu um tiro no pé.



Revisão e formatação:
Ophicina de Arte & Prosa



[ Leia mais ]

Posted by Jair Raso 0 comentários »