Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

Contato

Alameda da Serra 400 / 404 - Nova Lima - MG (31)3264-9590 • (31) 3264-9387 jrasomd@yahoo.com.br

A morte de Rita Lee

 



Uma vez me perguntaram se eu gostava de rock e eu, açodadamente disse que não. Afinal, prefiro clássica e MPB.
Mas a morte de Rita Lee me mostrou que minha resposta sempre foi  equivocada. Adoro rock, pois sou fã incondicional de Rita Lee.

Nunca havia feito a relação de que sendo fã da Rita Lee, eu gostava de rock. Melhor ainda, de rock bem brasileiro. 
Sempre gostei dela, não só pela irreverência e humor, mas sobretudo pelas músicas. 

Em sua música Saúde, composta com seu parceiro, Roberto de Carvalho ela diz que “enquanto estou viva e cheia de graça
Talvez ainda faça um monte de gente feliz”. Eu estou no meio desse monte de gente.

Ouvir Rita Lee, me deixa feliz.

Em meu livro, Saúde, Vida Longa e Morte Súbita, lançado em 2017,  presto uma singela homenagem a ela. Transcrevo:


Ritalina 

No início de minha carreira atendia crianças. Um dia estava atendendo um menino e, como acontece com quem atende menino, a gente acaba mesmo atendendo à mãe. Ela já chegou com o diagnóstico, o que é sempre terrível.

-Meu filho é hiperativo. Tem déficit de atenção.

O diabo do menino, melhor dizendo, o anjinho não parava quieto. Vai que a mãe está certa, pensei.

Pior ainda é que esta mãe chegou também já prescrevendo o tratamento:

-Acho que ele precisa de Ritalina.

Depois de muito examinar a criança e ouvir sobre suas travessuras, diagnostiquei que estávamos diante de um artista. E sugeri uma prescrição diferente.

-Ao invés de Ritalina, que tal Rita Lee?

Arte cura artista. Arte irreverente cura mais. Mas a irreverente prescrição não deve ter sido seguida. A mãe deve ter procurado outro médico que concordasse com seu diagnóstico.

 

 


 

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Inteligência Artificial versus Ignorância Genuína

 


 

A publicação de uma carta pela organização futureoflife.org   pedindo moratória para as pesquisas relacionadas à inteligência artificial (IA) joga por terra um dos mitos relacionados ao assunto: a de que seriam apenas os ignorantes e lunáticos preocupados com o futuro da humanidade com o avanço das aplicações da IA.

A carta é assinada por cientistas, filósofos e empresários, gente de peso como Sam Altman, criador do ChatGpt; Steve Wozniak; um dos fundadores da Apple; o historiador e escritor Yuval Noah Hariri, o cientista da computação da Universidade de Berkley, nos EUA, Yoshua Bengio e o CEO da Tesla e do Twitter, Elon Musk.

 

A preocupação central da organização é com a segurança da humanidade, pois no caminho inverso do desenvolvimento da IA estão os controles de seu uso com objetivos bélicos (drones carregados com mísseis com alvos precisos) e até mesmo o controle da divulgação de notícias falsas, incluindo o risco da propagação de conhecimento sem lastro científico e definição de autoria.

Há outros mitos que precisam ser combatidos. Muitos temem que robôs conscientes irão propagar o mal pelo mundo. Na verdade, IA tem mais a ver com a internet do que com Robôs e precisa estar alinhada com os objetivos de desenvolvimento da humanidade.

Talvez o mito maior seja que a IA venha a controlar dominar o homem, na falsa crença que as máquinas possam vir a ser mais inteligentes. Isso, sim, é um mito.

Parra além dos mitos e riscos, os benefícios da IA são inequívocos. Basta ver sua incipiente incorporação na saúde, tanto no refinamento e precisão de diagnósticos, como na pesquisa científica. Pode-se dizer que a IA irá revolucionar a maneira como praticamos a medicina hoje com benefício real para os pacientes.

Não creio que uma moratória tão curta como a proposta pelos signatários do manifesto seja eficaz para atingir os objetivos. A incorporação da IA pelo homem nem é mais questão de tempo. Ela já está aqui

Tao urgente quanto o rápido desenvolvimento da inteligência artificial é o combate à ignorância genuína dos homens.

 

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Pacto pela não violência

 


Pacto pela não violência

Em outubro de 2022 manifestei minha intenção de voto convocando a neurociência para justifica-la.

O cerne da minha escolha se devia ao fato de que o governo Jair Bolsonaro pregava e praticava constantemente a violência.

Na ocasião escrevi sobre a violência:  “Ela é fruto da agressividade que está presente em todos animais e é essencial para a sobrevivência. A natureza não descarta nada. Temos em nosso cérebro os mesmos mecanismos de agressividade de outros animais. No ser humano a agressividade é expressa por    violência, seja física, verbal ou mesmo a violência da indiferença, expressa pela falta de compaixão e empatia”.

Na evolução do nosso cérebro, áreas mais recentes, notadamente o córtex pré-frontal, vão progressivamente sobrepujando áreas mais antigas, num processo que nos permitiu criar a civilização. Essas mesmas áreas respondem pelo pensamento crítico e suas conexões criam circuitos que resultam em  comportamentos e atitudes essenciais para construir um espaço de convivência em harmonia com nossos pares. Essa evolução cerebral aponta o caminho da sobrevivência da humanidade: dominar a besta que existe dentro de cada um de nós.

Arrematei a crônica de outubro informando que votaria em candidatos que “prezam e lutam pela liberdade, tolerância, compaixão, respeito às instituições e, sobretudo, pela não violência”.

Os acontecimentos desse histórico 8 de janeiro confirmam que eu estava certo. Vestindo verde-amarelo e sob o pretexto de protestar contra os resultados das eleições, bolsonaristas radicais tentaram destruir os símbolos da democracia em Brasília. Não se trata de liberdade de expressão, mas de violência pura e simples.

A reação está em curso. Há em construção um pacto mundial pela democracia que foi visivelmente atacada. As nações civilizadas já aprenderam que a democracia é o melhor modelo de governo e a violência de ontem foi um inequívoca ataque a ela. O repúdio foi imediato.   

Proponho outro pacto, esse, no íntimo de cada cidadão: um pacto pela não violência. Temos evidências de sobra para apostar nessa escolha que, ao dominar o animal que nos habita, nos levará de volta aos trilhos da construção da humanidade.


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