Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

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Dieta para o cérebro 2

A maioria de nós gostaria que a ciência simplesmente fosse capaz de fabricar uma pílula para prevenir o envelhecimento do cérebro. Melhor ainda se, em vez de pílulas diárias, o remédio fosse apenas três gotinhas a cada década, como já utilizado na prevenção da poliomielite. Entretanto, quando o assunto é demência, estamos longe disso.


Enquanto a tal pílula milagrosa não vem, vários estudos focam em hábitos de vida como possíveis fatores preventivos de demência. Um dos hábitos mais estudados é nossa alimentação. Afinal, atividade física muitos podem ou não fazer. O mesmo se aplica a fumar ou não. Mas quando o assunto é comida, todos formamos um único grupo, com variações apenas na qualidade nutricional dos alimentos mais comumente consumidos.

É cada vez maior a evidência de que a qualidade de nossa dieta pode influenciar no desenvolvimento de doenças do sistema nervoso, entre elas o mal de Alzheimer.

Um estudo recente, publicado no periódico Alzheimer and Dementia mostrou os resultados de um tipo de dieta, a MIND diet. A MIND é um híbrido da dieta do mediterrâneo e da dieta para prevenção da hipertensão arterial, conhecida como DASH. Tanto a dieta do mediterrâneo quanto a DASH se mostraram eficazes ao reduzir o risco de hipertensão arterial, infarto do miocárdio e derrame. De acordo com pesquisadores da universidade de Chicago, a dieta MIND pode desacelerar o declínio cognitivo dos idosos.

Este estudo observou a dieta de pessoas idosas por um longo período. O hábito alimentar daqueles que mais se aproximavam da dieta MIND correspondia a melhor desempenho em testes de memória e outras atividades do cérebro.

Em que consiste a dieta MIND? Basicamente são 15 componentes divididos em dois grupos: os saudáveis para o cérebro e os não saudáveis. No grupo de componentes a serem evitados estão incluídas a carne vermelha, manteiga e margarina, queijos gordurosos, doces, frituras e fast food. Do lado bom, estão grãos integrais, vegetais de folhas verdes, nozes, feijão, aves, frutos silvestres  (mirtilo, groselha) e peixe.

Foram observados pacientes acima de 80 anos por um período de cerca de 5 anos quanto à dieta. Os pacientes foram divididos em grupos, ajustando-se  valores importantes como idade, sexo, escolaridade e atividades cognitivas. Aqueles cuja dieta mais se aproximava da dieta MIND apresentaram menos declínio cognitivo, principalmente da memória para episódios recentes e memória semântica, aquela que nos permite evocar as palavras com facilidade. Em termos quantitativos, os pesquisadores notaram que os do grupo da dieta MIND tinham um desempenho que os equiparavam a pessoas 7,5 anos mais jovens.

Trata-se de um estudo observacional, portanto com limitações. Mas o recado é claro: uma dieta que seja boa para a prevenção de doenças como hipertensão arterial e infarto também é boa para o cérebro.

Estudos como esse apontam para um tipo de abordagem para prevenção da demência que inclui mudança de hábito.  

Mudar hábito é sempre difícil, mas quando essa mudança implica não só o aumento do tempo de vida, mas sobretudo a qualidade, vale a pena dar o primeiro passo.

Para comemorar, vale lembrar que a dieta do mediterrâneo inclui uma dose diária de vinho. Saúde!





Revisão e formatação:

Rachel Kopit

Ophicina de Arte &Prosa

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