Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

Contato

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Substituição Sensorial e Plasticidade Cerebral

 


 

Os substitutos sensoriais são bons representantes dos maiores avanços da ciência e tecnologia aplicadas à Medicina.

Um exemplo é o implante coclear, indicado para restituir a audição em pessoas cuja surdez é devida a disfunção grave do órgão receptor auditivo, localizado na orelha interna, a cóclea.

Há dois momentos distintos na captação dos estímulos sonoros:  Primeiro, as ondas sonoras são transmitidas desde a orelha externa, membrana timpânica e ossículos da orelha média até a cóclea.  No segundo momento, células ciliadas da cóclea convertem a energia mecânica das ondas sonoras em sinais elétricos, que serão conduzidos até o cérebro pelo nervo auditivo.

Portanto, há dois tipos de surdez: A mais comum é a surdez de condução, quando a transmissão da orelha externa está prejudicada. Esse tipo de surdez pode ser contornado com uso de aparelhos auditivos.

O outro tipo de surdez, chamada neurosensorial, é devida a lesão dos receptores auditivos na orelha interna. O uso de aparelho auditivo nesse caso não resolve o problema, uma vez que as ondas sonoras não serão convertidas em sinais elétricos, única forma que o cérebro utiliza para processar o estímulo sonoro.  

Apesar de pesquisas demonstrarem ser possível estimular diretamente a cóclea, não havia tratamento para a surdez neurosensorial, até o final da década de 1970 Foi o avanço dessas pesquisas e o concurso de múltiplos especialistas de diversas áreas que tornou possível o desenvolvimento do implante coclear.

A primeira cirurgia de implante coclear foi realizada por um otorrinolaringologista australiano, Graeme Clark, em 1978.

Como funciona? Através de uma cirurgia na porção mastoide do osso temporal, atrás da orelha, um microeletrodo é inserido dentro da cóclea. A cóclea parece um caracol e os eletrodos distribuem as diversas tonalidades de sons ao longo de sua extensão. Esse microeletrodo é conectado a um processador auditivo, implantado sob a pele, abaixo da incisão cirúrgica.   Por sua vez, esse processador capta os sons de um microfone colocado atrás da orelha, semelhante aos aparelhos auditivos externos. Assim é possível transformar os sons em estímulos elétricos que são captados diretamente pelo nervo auditivo.

Inicialmente, o cérebro tem dificuldades para interpretar esses novos estímulos sonoros. Com o tempo e treinamento os estímulos transmitidos pelos microeletrodos   passam a ser interpretados pelo córtex auditivo, restaurando-se assim a capacidade de se ouvir e escutar.

I

Isto só é possível graças a grande plasticidade de nosso cérebro. Diante de um estímulo novo, diferente, nosso cérebro é capaz de alterar sua estrutura de conexões para interpretá-lo.

O feito extraordinário do engenho humano coletivo criou o implante coclear e, ao mesmo tempo, escancarou as portas da neurociência para o surpreendente mundo da plasticidade cerebral.    

 

 

 

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