Atuação

• Coordenador do Serviço de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital Unimed BH • Neurocirurgião do Biocor Instituto, Belo Horizonte, MG Membro Titular da Academia Mineira de Medicina • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia • Membro do Congresso of Neurological Surgeons • Mestrado e Doutorado em Cirurgia pela UFMG

Especialidades

• Malformação • Artério Venosa • Aneurisma Cerebral • Cirurgia de Bypass • Revascularização Cerebral • Cirurgia de Carótida • Tumores Cerebrais • Descompressão Neurovascular • Doença de Moya-Moya Tumores da Base do Crânio Doppler Transcraniano

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Covid19 e o nosso Cérebro

Os efeitos da infecção do Covid-19 em nosso cérebro ainda não são completamente conhecidos.

Sabemos que cefaleia e perda do olfato, a anosmia, são manifestações comuns da infecção. 

O Sars-Cov foi detectado no cérebro de pacientes e animais infectados. É plausível que o Covid-19 tenha o mesmo comportamento.

Há duas maneiras pelas quais um vírus pode afetar o sistema nervoso: por dano direto ou secundários à resposta imunológica causada pela infecção. Além disso, o cérebro pode ficar comprometido pelos efeitos da doença em todo o corpo, notadamente nos casos mais graves.

Ainda não há prova definitiva de que o vírus ataque diretamente nosso cérebro. Já os danos provocados pelos outros mecanismos, estes foram relatados, como encefalopatia hemorrágica e Síndrome de Guillain-Barré.

Há também a suspeita de que os casos de AVCs em jovens tenha aumentado durante a pandemia.

Outro efeito temido da infecção por corona vírus é o declínio cognitivo, encontrado no envelhecimento ou como manifestação precoce de casos de demência. Dra. Flávia Pinheiro Machado, neuropsicóloga, em texto ainda não publicado, informou que tem recebido em seu consultório “muitos pacientes curados da Covid com queixas amnésicas e atentivas, além de lentificação motora e do pensamento”.

As queixas são confirmadas com testagem objetiva, comparando o desempenho neuropsicológico com o esperado para a mesma faixa etária, escolaridade e cultura.

Recentemente, um estudo britânico confirmou a impressão da Dra. Flávia. O médico do Imperial College of London, Dr. Adam Hampshire, liderou um estudo com mais de 84000 pessoas, avaliando o desempenho cognitivo. Ele também encontrou comprometimento, notadamente nos casos de infecção mais grave. Segundo ele, é como se o cérebro envelhecesse 10 anos. 

Tanto a Dra. Flávia quanto os pesquisadores londrinos reconhecem que ainda é cedo para saber se serão perdas permanentes. Há a possibilidade de recuperação total ou parcial ao longo do tempo.    

Como otimista, penso que a maioria dos pacientes terá boa recuperação cognitiva. Afinal, como afirma o dito popular, “o tempo é o melhor remédio”. A exceção talvez fique com aqueles que já apresentavam algum grau de comprometimento prévio à infecção.

Nesse caso, a ciência, com certeza, trará a resposta definitiva. É questão de tempo. 



revisão:
Rachel Kopit 
Ophicina de Arte & Prosa

 

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